Plataformas Suspensas - Visão Geral

              O cavaleiro dourado, junto aos demais, chegava. Era ele quem carregava o velho, seu olhar era gentil, sua voz quase não podia ser sentida em meio ao cantarolar que se desenvolvia. Uma canção tão antiga quanto a própria guerra religiosa, uma musica que anunciava o ímpeto dos seus cavaleiros. 

              O timbre felizardo de quando cantava, retraía-se e contradizia a letra original - "a morte dos infiéis chegará; o ferro do seu sangue forja a minha espada; a sua gordura é meu óleo e as suas vidas são minha riqueza" - assim que chegaram no local, abaixou a cantoria enquanto olhava para o velho - de todos os ali, ele era o único que vinha em sua própria montaria - seu cavalo, agora visível pela neve que o cobria, tratou de desaparecer enquanto ambos lentamente iam ao chão, como se um colchão de ar desaparecesse frame-a-frame. 

              Seus torresmos, junto as soleiras de metal, chegavam ao solo enquanto ele caminhavam, gerando o som metálico. Ouviu as palavras de seu mestre e a reação do cavaleiro negro. O velho estava preso por ele; neste momento seu mestre parecia a mesma criança de sempre, alguém completamente sem visão. - Achais, tu, que iríamos partir? Subestimais-nos, mas preocupai-te jamais, pois teu plano há falhas. - Disse o cavaleiro soltando o velho no chão para que andasse por si só. -Nosso plano será este. - Com a sua espada ele desenhou três pontos no chão, um deles próximo à uma entrada, os outros dois nas laterais. Desenhou então o mais dois, representando o velho e seu rei, ambos ficavam para trás e no desenho era possível notar que eles se moveriam para dentro após os três terem entrado em ordem: Independente de quem fosse o primeiro dos servos, os outros dois entrariam somente após ele. 

              Dai-nos o teu item, aquele que for o escolhido para a primeira leva não precisarás afligir-se no ataque do inimigo. Pois, ao que percebi, este item nos dá total invisibilidade, não estás correto? - Disse ele deixando a responsabilidade para seu mestre, o primeiro a atacar seria escolhido por ele. Nesta mesma linha de raciocínio, ele e o velho manteriam-se escondidos embaixo da neve. Não ligava para a saúde do idoso, pois um incrédulo morto é uma benção ao mundo.