Visão Geral

              Continuava como um comum mas sua ira só aumentava conforme ele explorava aquele lugar... chega é isso, ele estava como um passante mas iria embora dali como um Deus.

              Se aproximou da margem que voava e saltou para baixo, ignorando tudo e todos. 

              Assobiou e nisso uma forte rajada de ar o manteve seguro no ar, enquanto ele descia.


              Mas algo assombroso o impedia de sequer sair dali, conforme ele caía algo o puxou de volta e então o cavalo - cansado de tentar lutar contra o campo invisível - voltou para onde estava e ali ele ficou. 

              - Não parece que ei de conseguir sair deste local tão facilmente, então o que devo, eu, fazer para saciar minhas frustrações. Diz-me, Meu Deus! - Ajoelhava-se com as mãos em contato, dedos cruzados, rezava por paciência e respostas. Estava bravo, nervoso, a beira de um colapso... mas o que devia fazer para saciar sua sede de respostas?

              Ele parou sua penitência e olhou para o som das árvores e então viu o garoto se aproximando dele. Encarou-o por certo tempo com um olhar de confusão nas expressões e então ele lhe estendeu um dos frutos. 

              Ainda de joelhos ele esticou a mão e pegou um dos frutos que estavam na mão do garoto e então sorriu, fechando os olhos e olhando para cima. Como se uma revelação divina tivesse vindo à ele. "Compreendi, ó Deus glorioso, eu finalmente o compreendi. Sejas feita a vossa vontade na terra assim como és no celeste. Amém! Eu devo expurgar todo o mal das falsas religiões para que as crianças tenham um futuro brilhante, pois elas são a bondade do senhor e eu devo as proteger." Pensou ele rindo. E então abriu a boca finalmente.

              -Garoto! Diga-me teu nome, e ei de recompensar-ti com a glória do Deus original... - A epifania que sentia agora finalmente tinha sua resposta. Iria converter aquele garoto ao Deus original, para que sua alma fosse salva. Talvez esse mundo ainda não estivesse perdido.

              -Infanto Douglas, eles mentem pra vós. Pois neste momento há uma guerra acontecendo para conseguir as bençãos do Deus Original, o deus da bíblia... tu já lestes a bíblia? - Indagou ele olhando o garoto, enquanto tirava de dentro das suas roupas um grande e grosso livro, todo escrito em latim.

              O dourado batia na capa da bíblia que carregava várias vezes, de forma forte e intimidadora.

              -Esta aqui, Infanto Douglas, este livro contém todas as resposta para o passado, para o presente e para o futuro! Tu deves ler este livro e aprender com as gerações passadas! Deves venerar o Deus verdadeiro! O deus de ABRAÃO! - Ele então começava a ler o genesis para o garoto, segurando em sua mão para que ele escutasse a palavra de Deus. Passando pouca mana para ele, para enganar-lo a achar que a voz de Deus estava alcançando seu coração, uma mentira do bem.

              Ao notar a multidão que se formava o dourado batia, novamente na capa do seu livro, ele acabara de ter uma nova epifania: O líder daquele povo havia enganado eles, não devia matar-los e sim tentar salvar-los por meio da palavra... para só então, caso se negassem a realizar os feitos divinos, trucidar-los com todo o seu poder. 

              Começou a liberar seu mana, fazendo com que todos a sua volta o olhassem. A aura dourada, que cativava e espalhava amor era sentida por todos os ali presentes da forma mais natural possível; eis que agora suas vestes tinham menos sujeira e mais brilho, um brilho até mesmo divino. 

              Venha, infanto, levantai-ti e ajudai a batizar este povo com as palavras de Deus. - Falou baixo somente para a criança ouvir e estendeu sua mão para ele, para que agora erguesse-se do seu assento de aprendiz. 

              Elevou a voz, quase em gritos, eloquente e totalmente convincente. Sua aura continuava a permear as pessoas, e agora o garoto a sentiria mais forte como se saísse dele próprio; a cada palavra do cavaleiro.

              Vós, povo de Asgard, fora enganado por tanto tempo quanto há estrelas no ar. Mas não enganastes em delírios de um falso rei! - Apontou em direção ao castelo. - Pois há muitas eras passadas, existia, por se não, apenas um Deus acima de nós e ele nos agraciou com suas palavras em escrito! Este Deus, meu Deus, que originou a terra e todas as suas criaturas que nela habitam, fez do homem sua imagem e semelhança! E, no dia atual, eis eu que compartilharei tua palavra convosco! - Disse o homem segurando a mão da criança e então passando um certo conhecimento para ele, o conhecimento de sua lingua natal. Para que assim ambos pudessem ler.

              Com seu próprio mana, Dourado, Mágico, Divino, Pacífico, Digno, tão potente quanto Real e representando a realeza; juntamente ao mana do garoto que agora emanava de forma tão sucinta, a inocência e a paz que vinha de ambos. Numa mistura de autoridade com humildade, de harmonia e guerra e do mais puro amor, seja egocêntrico ou altruísta, criavam um cenário perfeito para que os passantes sentissem o calor da palavra de Deus correr por seus peitos, palavras tão convincentes que vinham do carisma natural do imperador, ainda em vida. 

              Aquele que foi capaz de unificar todo o mundo e de fazer-los amar à Deus uma centena de anos atrás, agora já era o suficiente para que os outros continuassem a sentir seu poder latente e também o do cordeiro que tomou para si em sua pregação.

              Durante sua pregação seu aliado chegou e aquilo acabou totalmente com as palavras de sua mente; não havia mais forma como os Asgardianos poderiam confiar nele agora que estavam dormindo uma certa raiva se formou nele, mas logo passou quando suas palavras se formaram. 


              -Não precisais, tu, me levar pelo colarinho, negro. Pois eu vou de bom grado, estás na hora de nos prepararmos para a guerra que virá. Nossos oponentes não sentirão sequer o peso da minha espada enquanto eu os rasgo. Em promessa, - Olhou para seu aliado. - vós digo. Hei de salvar este mundo e seus habitantes, destruindo o inimigo ainda que estes sejam cristãos... pois é meu dever agora tomar o cálice para nós! - Bateu no peito dele, a promessa de uma batalha tão longínqua fazia dele esquecer seus problemas.


              Agora só pensando na posterior guerra, e acalmado por ter podido falar das suas crenças uma vez mais, o dourado começava a retornar ao seu lugar de descanso.

              Um ilustre sorriso se formou na face do dourado depois que a presença chegou, um de seus inimigos estava parado a sua frente e no momento em que ele queimou a sua bíblia o servo se tornou ainda mais furioso. Deixando sua espada a mostra, mas ele começou a falar. 

              Cada palavra trazia um semblante maus austero à face do dourado; eliminando to o seu sorriso. Encarou por certo momento e ouvia atentamente o que ele dizia sobre a morte do seu mestre. E suspirou por fim.

              Ao notar que seu aliado lutava pela sua honra, colocou a mão em seu ombro e o forçou em direção ao solo. Fazendo-o se ajoelhar perante a criatura e assim fez o mesmo. Segurava o elmo do negro pela nuca e esmigalhava o solo com ambas as cabeças. 

              -Perdoai-me, senhor destas terras, não há motivos para atacar nosso rei. Veja... até mesmo a fera se curvou perante a ti. - Hesitou em levantar o rosto. - Não acheis, eu, que minha crença trazer-te-ia perigos ou traições, revogo o - - Engoliu a seco essas palavras. - meu deus, já que istos és considerado blasfêmia ao santo nome dos senhores. - Disse ele. Rangia os dentes com fúria, mas não deixaria que outros pagassem por suas escolhas.

              Ao mesmo tempo que transferia parcialmente sua mana para o servo, uma comunicação que nem com interferência mental seria alcançada pelo inimigo ou ouvida pelo melhor rastreador de mana. Uma linha de runas, que dedilhavam escrevendo na armadura em sua parte interna palavras ao aliado. "- Agradeço-ti, negro, pois tu és um dos poucos que podeis, eu, chamar de aliado nesta era. Por motivo, desconhecido por mim, este homem nos quer morto ou a nosso mestre. Portanto acalma-te e pensa fora da batalha, iremos matar-lo... mas não agora, não neste momento. Esperemos nossas vez de acabar com estes falsos ídolos " Somente aquele servo seria capaz de entender as palavras do dourado e ainda assim nao seria capaz de se comunicar de volta. Só puderam isso pelo fato do cavaleiro loiro estar tocando o carmesim. 

              Ele mantinha a cabeça dos dois soterrada no chão, sabia que isso feria o orgulho do guerreiro negro e o outro sabia que isto FERIA MUITO MAIS O SEU. Ambos estavam numa posição, onde, a vida de reféns eram ameaçadas e o pior: Esta vítima era seu próprio rei.

              Ao ver como seu oponente tratava seu aliado, por um momento afrouxou a mão para que ele escapasse de sua contenção. O ódio que sentia era tamanho que ele estava pronto para deixar o negro atacar o outro e depois iria se resolver com Alexander, mesmo que isso custasse a sua vida, não deixaria seu aliado continuar sendo humilhado. Ainda mais depois do tapa que recebeu, mas ele se conteve e então voltou a exercer pressão para que não fosse capaz de continuar se movimentando.

              Ao passo que Loki chegou e os liberou de suas humilhações, um sentimento de gratidão surgiu. - Pagar-te-ei este favor outra hora. - Olhou para cima e viu a embarcação rumando para o desconhecido; soltou um breve "tsc" e então ergueu o negro do chão. Desculpai-me, meu amigo, aqui estás o que te prometi outrora. - Disse ele entregando moedas de ouro ao negro. 

              Juntou os dedos na boca e assobiou fazendo uma forte rajada de ar chegar à eles. - Que me diz? Queres subir lá, ou confrontar o outro rei? - Disse ele apenas esperando a palavra do negro para que ele os carregasse para fora dali com a sua habilidade.

              Ao ouvir as palavras do seu aliado, ele o pegou pela armadura e o pôs sobre o ar. Ambos estavam montando agora um cavalo invisível - Voe para o alto e além, meu fiel corcel! - Ao dizer tais palavras eles começavam a correr em direção ao barco voador. Prontos para saber o que estava acontecendo ao seu mestre.

              Finalmente haviam chegado no lugar prometido, se ajeitou um pouco mas não ligava para quem estivesse do outro lado da porta. Com os punhos fechados deu duas pequenas pancadas sobre a madeira do portão que fechava aquela pequena livraria. 


                Junto do cavaleiro Galantine, veio o negro, seus passos eram pesados e ao se lembrar do lixo que havia o humilhado ali próximo, sua ira beirava algo próximo ao descontrolável, liberando sua aura da morte assim que a porta fosse aberta todos ali sentiriam o peso de suas escolhas passadas. Se fosse uma armadilha, ele seria o primeiro a atacar. 

               Nesse momento pôde escutar as batidas que o dourado dava na porta e então saiu de seu transe quase insano. Encarou a porta já preparado para a batalha que viria quando sentiu um peso sobre seu ombro direito, sua armadura negra estava pesada?

               Olhou de canto para seu aliado que estava liberando toda aquela névoa de poder massivo e parecia desconfiado, ele também estava, mas precisava o acalmar. Pousou lentamente a mão em seu ombro e deixou que o peso da sua armadura chamasse a atenção dele. - Ainda não és hora disto, negro, esperai mais um pouco. - Disse o rei, tentando acalmar o cavaleiro que vinha consigo.

               Enquanto esperavam a porta se abrir, ele olhava para todos os lados deixando o ombro do aliado livre para poder se mover como quisesse. Estava certo de que iria conseguir lutar com todas as suas forças, já que seu mestre - mais maduro - parecia esperto o suficiente para escapar dali quando as coisas apertassem, junto daquele demônio vermelho.

               As palavras que vieram do Dourado, incomodaram um pouco o cavaleiro e ele acabou deixando escapar por entre seus lábios apenas um "tsc" mas ainda assim estava pronto para o combate. Sua aura continuava pesada o suficiente para que as plantas e flores que estivessem ali perto, todas elas, morressem só de sentir o peso do seu veneno. Estava, em segredo, empolgado, sabia que poderia encontrar aquele Deus de novo e o mataria dessa vez, não apenas com um cuspe, mas com o peso da sua espada.